quinta-feira, 24 de maio de 2012


Metáfora do Golfinho, da carpa e do tubarão



       Existem três tipos de animais: as carpas, os tubarões e os golfinhos. A carpa é dócil, passiva e que quando agredida não se afasta nem revida. Ela não luta mesmo quando provocada. Se considera uma vítima, conformada com seu destino.
       Alguém tem que se sacrificar, a carpa se sacrifica. Ela se sacrifica porque acredita que há escassez. Nesse caso, para parar de sofrer ela se sacrifica. Carpas são aquelas pessoas que numa negociação sempre cedem, sempre são os que recuam; em crises, se sacrificam por não poderem ver outros se sacrificarem. Jogam o perde-ganha, perdem para que o outro possa ganhar.
       Declaração que a carpa faz para si mesmo:
  • "Sou uma carpa e acredito na escassez. Em virtude dessa crença, não espero jamais fazer ou ter o suficiente. Assim, se não posso escapar do aprendizado e da responsabilidade permanecendo longe deles, eu geralmente me sacrifico."
       Nesse mar existe outro tipo de animal: o tubarão. O tubarão é agressivo por natureza, agride mesmo quando não provocado. Ele também crê que vai faltar. Tem mais, ele acredita que, já que vai faltar, que falte para outro, não para ele!
       "Eu vou tomar de alguém!" O tubarão passa o tempo todo buscando vítimas para devorar porque ele acredita que podem faltar vítimas. Que vítimas são as preferidas dos tubarões? Acertou, as carpas. Tanto o tubarão como a carpa acabam viciados nos seus sistemas. Costumam agir de forma automática e irresistível. Os tubarões jogam o ganha-perde, eles tem que ganhar sempre, não se importando que o outro perca.
       Declaração que o tubarão faz para si mesmo:
  • "Sou um tubarão e acredito na escassez. Em razão dessa crença, procuro obter o máximo que posso, sem nenhuma consideração pelos outros.
    Primeiro, tento vencê-los; se não consigo, procuro juntar-me a eles."

       O terceiro tipo de animal: o golfinho. Os golfinhos são dóceis por natureza. Agora, quando atacados revidam e se um grupo de golfinhos encontra uma carpa sendo atacada eles defendem a carpa e atacam os seus agressores.
       Os "Verdadeiros" golfinhos são algumas das criaturas mais apreciadas das profundezas. Podemos suspeitar que eles sejam muito inteligentes - talvez, à sua própria maneira, mais inteligentes do que o Homo Sapiens. Seus cérebros, com certeza, são suficientemente grandes - cerca de 1,5 quilograma, um pouco maiores do que o cérebro humano médio - e o córtex associativo do golfinho, a parte do cérebro especializada no pensamento abstrato e conceitual, é maior do que o nosso. E é um cérebro, como rapidamente irão observar aqueles fervorosos entusiastas dedicados a fortalecer os vínculos entre a nossa espécie e a deles, que tem sido tão grande quanto o nosso, ou maior do que o nosso, durante pelo menos 30 milhões de anos.
       O comportamento dos golfinhos em volta dos tubarões é legendário e, provavelmente, eles fizeram por merecer essa fama. Usando sua inteligência e sua astúcia, eles podem ser mortais para os tubarões. Matá-los a mordidas? Oh, não! Os golfinhos nadam em torno e martelam, nadam e martelam. Usando seus focinhos bulbosos como clavas, eles esmagam metodicamente a "caixa torácica" do tubarão até que a mortal criatura deslize impotente para o fundo.
       Todavia, mais do que por sua perícia no combate ao tubarão, escolhemos o golfinho para simbolizar as nossas idéias sobre como tomar decisões e como lidar com épocas de rápidas mudanças devido às habilidades naturais desse mamífero para pensar construtiva e criativamente. Os golfinhos pensam? Sem dúvida. Quando não conseguem o que querem, eles alteram os seus comportamentos com precisão e rapidez, algumas vezes de forma engenhosa, para buscar aquilo que desejam. Golfinhos procuram sempre o equilíbrio, jogam o ganha-ganha, procuram sempre encontrar soluções que atendam as necessidades de todos.
       Declaração que o golfinho faz para si mesmo:
  • "Sou um golfinho e acredito na escassez e na abundância potenciais. Assim como acredito que posso ter qualquer uma dessas duas coisas - é esta a nossa escolha - e que podemos aprender a tirar o melhor proveito de nossa força e utilizar nossos recursos de um modo elegante, os elementos fundamentais do modo como crio o meu mundo são a flexibilidade e a capacidade de fazer mais com menos recursos."
          

O conversador incessanteReg Connolly
O lado humano das coisas
Antes de começar a usar a PNL, eu tinha problemas com o "lado humano das coisas". Eu gostava de estar com pessoas, mas achava que a socialização era bastante desconfortável, exceto em pequenos grupos de amigos íntimos. Hoje, com a visão e a perspectiva oferecidas pela PNL, reconheço que isso era devido à falta de habilidades específicas em vez de uma questão de personalidade.
Pessoas que falam para você
Minha dificuldade era com um determinado tipo de pessoa, especialmente o conversador incessante. Essa é a pessoa que "fala para você" em vez de se envolver com você.
Elas parecem ter uma capacidade infalível para me encontrar - mesmo num grande grupo ou numa festa. Eu estou relaxado e conversando com as pessoas - no momento seguinte, estou como um coelho ofuscado pelos faróis do carro. Embaraçado e perplexo pelo seu impecável monólogo, eu me sinto preso numa armadilha, incapaz de escapar, com a minha liberdade perdida.
Nessas ocasiões, eu acreditava que essas pessoas se comunicavam de forma efetiva e eu é que estava errado por não ser capaz de me envolver com elas. Eu não reconhecia que todo mundo tinha o mesmo problema e que usavam todo tipo de habilidades para evitá-las -- uma das quais era passar o conversador para mim.
Leões e Zebras
Você provavelmente já viu aqueles filmes sobre a vida selvagem em que os leões perseguem um bando de zebras na savana africana. Logo que os leões atacam, as zebras entram em pânico e se dispersam. Assim que os leões retiram uma das zebras do bando, as outras imediatamente relaxam e continuam pastando. Elas sabem que estão a salvo, pelo menos naquele momento.
Eu costumava ser a zebra a ser derrubada. Assim que o conversador ficava trancado comigo, todos podiam relaxar porque sabiam que o Reg era muito bondoso para aborrecer o conversador inventando uma desculpa para escapar! Ele mantinha o conversador contente por muito tempo.
6 habilidades chaves do conversador incessante
A PNL nos proporciona a capacidade de "modelar" ou identificar o que se passa sob a superfície de qualquer atividade humana. E aplicando isso à habilidade do conversador incessante, podemos ver uma série de padrões.
(1) Primeiro ele o aprisiona. Assim que ele faz isso, é como o leão com a zebra: é o suficiente -- agora a vítima deve ouvir educadamente, ouvir e ouvir.
Logo que o conversador incessante entra no ritmo dele, e isso não demora muito visto que ele não se incomoda com preliminares sociais, ele exibe uma incrível capacidade de falar sem hesitação e até mesmo de respirar. E isso é suportado por um vasto estoque de informações sobre qualquer um dos seus temas favoritos.
(2) Sim, certo, alguns conversadores menos-do-que-perfeitos realmente precisam fazer uma pausa, respirar ou mesmo procurar a próxima informação. Podem ser amadores, mas, invariavelmente, eles têm uma habilidade de backup para tais eventualidades Eles enchem essas breves pausas com comentários alongados (e uma outra coisa... a mais...) ou ruídos (errrrrhhh, iiihh ou ahhhhh) para garantir que você nem consiga escapar, nem, igualmente importante, comece a falar.
(3) Ah, e se você, de alguma maneira, interromper o fluxo deles e conseguir um aparte, eles têm uma outra estratégia. Eles não resistem momentaneamente, olham para você distraidamente enquanto você murmura as suas tolices, e no momento em que você vacilar, eles continuam de onde pararam - como se você não tivesse falado.
(4) Outra parte da estratégia do conversador incessante é não ter nenhum interesse nem sentimentos para com o seu ouvinte. Isso é muito importante: ficar interessado em você ou no que você tem a dizer, pode comprometer toda a abordagem de comunicação dele -- ele pode perder o ritmo de pensamento e o seu poder de encantamento.
(5) Uma outra habilidade chave do conversador incessante é ser capaz de ignorar o feedback da sua plateia -- quer se trate de uma pessoa ou de várias. A maioria das pessoas, enquanto fala, usa o feedback verbal e não-verbal para avaliar se está ou não envolvendo a outra pessoa. O conversador incessante não -- ele não se distrai com tais irrelevâncias. Tudo que importa é transmitir o que está em sua mente.
(6) Talvez a mais crítica estratégia do conversador incessante seja a capacidade de cercar 'pessoas gentis', ou seja, aquelas que são muito educadas para ferir os sentimentos do conversador deixando-o falar sozinho. Na PNL chamamos tais pessoas de "rapporters compulsivos" porque elas não podem não entrar em rapport com as pessoas -- elas querem agradar e serem apreciadas por todos! Elas são as vítimas perfeitas do conversador incessante porque nunca poderiam decidir que "essa pessoa é muito chata - eu fora!"
Por que eles fazem isso?
Na PNL, gostamos de descobrir não apenas o que as pessoas fazem, mas porque o fazem. Com o incessante uma coisa é muito certa, ele não é motivado pelo incentivo. Longe de incentivá-lo, os seus ouvintes/vítimas tentam é evitá-lo.
Então, por que ele continua com o seu comportamento antissocial? Que função isso representa na vida dele? As minhas próprias observações sugerem uma gama de prováveis razões:
Eles estão envolvidos em seu próprio mundo -- egocêntricos, simplesmente não estão interessados em você e nos seus sentimentos.
Eles nunca aprenderam que a comunicação é uma troca de ideias, sentimentos e informações de duas mãos.
Eles são tímidos ou nervosos e descobriram que sua conversa também bloqueia seu próprio diálogo interno negativo.
Eles têm medo da interação -- e seus monólogos contínuos servem para manter as pessoas à distância.
Eles estão com medo de não falar - se eles pararem podem não ser capaz de "pensar nas coisas para falar".
Eles acham que são interessantes e que os outros gostam de ouvi-los.
Eles acreditam que comunicação é entreter pessoas ou de lhes fornecer informações.
Como os conversadores incessantes nos afetam?
Se nós modelarmos como somos afetados pelo conversador incessante, se destaca o efeito mais importante. Bem simples, ele embaralha o nosso pensamento.
Em PNL, nós reconhecemos que a maioria pensa usando um ou mais dos quatro sentidos ou sistemas representacionais. Nós pensamos através de imagens mentais, pela análise do diálogo interno ou pelos sentimentos -- e alguns pensam com sons. Todos nós usamos todos os quatro métodos e a maioria se especializa ou prefere um deles.
Alguém falando para nós afeta essa atividade mental. A menos que você seja cauteloso, isso pode até bloquear a sua capacidade de pensar com clareza e de ter seus próprios pensamentos sobre o que está dizendo quem está falando. Nosso pensamento fica embaralhado. É como se a mente se tornasse confusa ou mesmo dormente. Isso, muitas vezes, leva ao pânico, a frustração ou a raiva. Mas, geralmente, somos educados demais para expressar esses sentimentos, e aí, fervermos silenciosamente.
O conversador incessante proficiente nos coloca, na realidade, em uma forma de transe hipnótico. Sem estar consciente disso, ele usa técnicas hipnóticas tradicionais como sobrecarregar a mente, o pensamento crítico inibidor, confundindo o ouvinte e usando falas monotonamente compassadas. E essa questão de transe hipnótico levanta duas advertências:
Se você está tentando fazer alguma coisa ou se concentrar em algo, você precisa que ele fique quieto ou precisa se livrar dele -- caso contrário você corre o risco de cometer erros. Ao dirigir um carro, por exemplo, tal conversador pode fazer você perder a concentração e provocar um acidente, cometer um erro de julgamento ou entrar em transe leve em um momento crítico.
Estar em um transe leve significa que a sua capacidade de pensamento crítico, que depende principalmente do seu diálogo interno, está bloqueada. Afinal de contas, é isso que o hipnotizador tradicional faz -- ele usa o transe para aquietar o nosso pensamento analítico e nos tornar receptivos a sugestões. Por isso, se o seu conversador incessante fala e fala sobre doenças, depressão, fracassos ou outro tópico negativo, não se surpreenda se isso afeta o seu humor no curto prazo -- ou no longo prazo.
Os pontos de ação
Se você faz rapport compulsivamente, fique consciente de que você é a pessoa que o conversador incessante procura. Você não gosta de frustrar nem de ofender ninguém, de modo que você é o único que é caçado numa festa, no trabalho, num treinamento, no ônibus ou no trem...
O conselho é simples: cuide de si mesmo! Você não tem o dever de deixar todo mundo contente -- ou de ser vítima de conversadores incessantes. Temporariamente ponha de lado as habilidades tradicionais de comunicação como a criação de rapport, de ser simpático ou de procurar entendê-los. Nada disso funciona com o conversador incessante -- ele joga um jogo diferente, quer ele perceba ou não. A sua função é cuidar de você mesmo e escapar.
Lembre-se de que eles fizeram isso a vida toda, escolhendo zebras sem habilidades. Assim, para aprender a encontrar e arrebatar ouvintes dispostos eles, provavelmente, desenvolveram uma pele grossa.
Certo, muitos deles vão se passar por ofendidos ou magoados se você se recusar a perder seu tempo. Mas o seu dever é se lembrar de que você é apenas uma zebra do bando. E escapar. Se você conseguir fazer isso algumas vezes, eles desistem e procuram uma presa mais fácil.

terça-feira, 1 de maio de 2012



Sua vez, vovô...

Da Europa em guerra, conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam. Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.
Se conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo. A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades. Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia. O problema era o avô.
Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem. A viagem seria dura.
- "Deixem-me", falou ele. "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu."
Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse. Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.
Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu. A família partiu em direção à cadeia de montanhas. A caminhada era feita em silêncio.
Todo esforço desnecessário deveria ser poupado. Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da família, em sistema de revezamento.
Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha. Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:
- "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos."
- "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir", falou com entusiasmo o filho.
- "Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui."
O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:
- "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê."
O homem levantou o rosto. Viu as fisionomias cansadas de todos. Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos. O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo. O avô se levantou.
- "Claro", falou, "é a minha vez. Passem-me o bebê."
Ajeitou a menina no colo. Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada. Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.
- "Vamos", disse, com determinação. "Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando." O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha. Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo. Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminá-lo. Inclusive o avô.
Se alguém a seu lado, está prestes a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo. Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta. Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.
Ninguém é substituível. Cada criatura é única e tem seu próprio valor. Uma tarefa pode ser desempenhada por qualquer pessoa, mas uma pessoa jamais substituirá a outra. Não permita que alguém fique à margem do caminho somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.
Autor desconhecido
Enviada por: Edeli Arnaldi 

"As dificuldades são os desafios da vida. Quanto maior a dificuldade tanto maior o mérito em superá-la." 
Provérbio Curdo
 - do livro Vivências - Ed. Vozes