quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A BANDEJA DE HUMANOS

Havia um anjo pequenino e muito brincalhão que nada levava a sério. Um dia então Deus chamou-o para lhe dar uma incumbência muito especial. Deus disse-lhe que tinha acabado de criar o mundo e que o tinha povoado com seres humanos. Disse-lhe também que os tinha classificado em casais, que cada um tinha o seu par certo.

Deus pediu ao anjo que pegasse na bandeja celestial que continha os humanos e que a transportasse para a Terra. Como o anjo era muito distraído e brincalhão pegou a bandeja sem grande atenção e, ao contornar uma esquina, bateu de frente com a sua namoradinha.

O anjinho ficou tão atrapalhado que a bandeja lhe caiu das mãos. E os casais que Deus tinha selecionado na bandeja caíram e misturaram-se. Os anjinhos ficaram desesperados e tiveram que ir contar a Deus o que tinha acontecido.

Deus disse-lhes que remediassem o que fizeram: "Vocês derrubaram, vocês unem novamente".

Mas os anjinhos eram muito distraídos e não sabiam como juntar os casais certos novamente. E é por isso que as pessoas se unem e se separam: Estes anjos continuam a juntar casais, até que os que Deus originalmente juntou se encontrem. Muitas vezes eles juntam casais errados, e isso provoca um desespero enorme nos humanos e quando percebem o erro, eles separam os casais errados.

Por vezes é uma separação muito abrupta, pois os anjos não tem tempo a perder. Estes anjos querem que entendamos que eles pedem perdão a todos nós pelo que fizeram. Querem dizer-nos que trabalham com afinco para remediar os erros e que nós também não ajudamos nada.

E pedem-nos para não nos isolarmos, que nos mostremos tal e qual como somos para que o trabalho deles seja mais fácil. Pedem-nos desculpas pelas bruscas separações, porque são dolorosas. Mas se os anjos nos separam de alguém, é porque em algum lugar, existe um outro alguém mais parecido conosco interiormente e por isso precisam deixar-nos sós para que esse encontro possa acontecer.

domingo, 4 de setembro de 2011

Criatividade faz diferença

Um fazendeiro resolve colher algumas frutas em sua propriedade, pega um balde vazio e segue rumo às árvores frutíferas. No caminho ao passar por uma lagoa, ouve vozes femininas que provavelmente invadiram suas terras. Ao se aproximar lentamente, observa várias belas garotas nuas se banhando na lagoa. Quando elas percebem a sua presença, nadam até a parte mais profunda da lagoa e gritam:
- Nós não vamos sair daqui enquanto você não deixar de nos espiar e for embora.
O fazendeiro responde:
- Eu não vim aqui para espiar vocês. Eu só vim alimentar os jacarés!
Conclusão: A criatividade é o que faz a diferença
na hora de atingirmos nossos objetivos mais rapidamente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Soneto de Fidelidade

Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Adeus, Meus Sonhos! (Álvares de Azevedo)


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh'alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!